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Neste tempo em que o calendário se recolhe para dar lugar ao silêncio do Natal e ao recomeço do Ano-Novo, voltamos o olhar — com gratidão e respeito — para cada médica e cada médico do Maranhão. Mais do que uma saudação de ocasião, esta é uma mensagem de reconhecimento a uma trajetória coletiva que atravessa séculos, atravessa gerações e, sobretudo, atravessa vidas.

A história da medicina, desde suas origens, é a história de mulheres e homens que aceitaram a missão difícil de cuidar quando a resposta ainda não está pronta. Dos primeiros curadores e boticários, que misturavam observação, experiência e esperança, aos grandes marcos da medicina moderna — a anatomia, a vacina, os antibióticos, a anestesia, a assepsia, o diagnóstico por imagem, a terapia intensiva, as cirurgias de alta complexidade — cada etapa foi construída com estudo, coragem e um tipo especial de perseverança: a que suporta ver a dor sem se acostumar com ela.

No Maranhão, essa trajetória ganha cores próprias. Aqui, o exercício da medicina sempre exigiu, além da ciência, uma dose adicional de criatividade e resistência. O médico maranhense aprendeu a atuar nas capitais e no interior, em hospitais sem estrutura  e em contextos com limitações, muitas vezes enfrentando distâncias, carências, urgências e a pressão de decidir com o tempo correndo. Aprendeu a cuidar em cenários diversos, a orientar famílias inteiras, a ser, em muitos lugares, a primeira referência de alívio e, não raro, a última fronteira entre a vida e o sofrimento. E, mesmo assim, continua de pé.

Sabemos que o caminho não é simples. As dores da profissão mudaram de forma, mas não desapareceram. Há o peso das jornadas extensas, do plantão que atravessa a madrugada, do corpo que cansa e da mente que não desliga. Há o desafio da sobrecarga nos serviços, da escassez de recursos, da burocracia que atrasa o cuidado, da insegurança em certas áreas, da judicialização e da desconfiança que, por vezes, substitui o diálogo. Há a pressão por produtividade, o medo do erro, a solidão de decisões difíceis e a sensação íntima de que o sofrimento do outro, de algum modo, também nos pertence.

E há, talvez, um dos desafios mais silenciosos: o de continuar humano. Porque a medicina não é apenas técnica; é presença. É oferecer segurança quando o paciente está com medo. É ser firme quando tudo parece instável. É sustentar esperança sem prometer milagres. É dizer a verdade com compaixão. É reconhecer limites sem perder a dignidade. É cuidar sem se destruir.

Apesar de tudo isso, os médicos seguem. E seguem porque carregam uma vocação que não cabe apenas em diplomas e protocolos. Seguem porque sabem que a vida real acontece fora das teorias: ela acontece na porta do pronto-socorro, na enfermaria, no consultório, na UTI, no posto do interior, na ambulância, no domicílio, no silêncio de um leito. E acontece, também, dentro de cada médico, quando é preciso levantar de novo, estudar mais um pouco, recomeçar com humildade, aprender com a experiência e manter acesa a chama que levou um dia a escolher essa profissão.

Por isso, nesta mensagem, cabe também um pedido fraterno: cuidem de vocês. A medicina precisa do médico inteiro — e nenhum cuidado é completo quando quem cuida está quebrado por dentro. Procurem descanso possível, apoio verdadeiro, amizade que sustenta, família que acolhe, espiritualidade que fortalece (para quem a vive), e espaços de escuta e tratamento quando for necessário. Não há vergonha em pedir ajuda. Ao contrário: há coragem. E a coragem, na medicina, também se expressa no autocuidado.

Que o Natal renove em cada coração a certeza de que vale a pena fazer o bem, mesmo quando o reconhecimento é escasso e o caminho é duro. Que o Ano-Novo traga serenidade para as decisões, saúde para o corpo e para a mente, proteção no trabalho e esperança para os projetos. E que, como classe, possamos caminhar com mais unidade, mais respeito mútuo e mais compromisso com o que nos trouxe até aqui: a dignidade da vida humana.

Aos médicos do Maranhão, o nosso agradecimento e o nosso abraço. Que a luz do Natal ilumine cada casa, cada plantão, cada equipe, cada família — e que o novo ano traga dias melhores, com mais justiça, mais estrutura, mais valorização e mais paz para exercer a medicina com segurança e honra.

Feliz Natal e um Ano-Novo de esperança, para cada médica e cada médico do nosso Maranhão.

JOSÉ ALBUQUERQUE DE FIGUEIREDO NETO

PRESIDENTE DO CRM-MA

CRM-MA 2758 RQE 331

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